A Velocidade como Diferencial: O Impacto de Aplicativos Rápidos

Recentemente li um artigo interessante de Catherine Jue chamado “fast” que trouxe reflexões valiosas sobre como a velocidade dos aplicativos pode transformar comportamentos e experiências. Assim como Catherine observa, raramente pedimos por “rapidez” no software - geralmente solicitamos recursos, descontos ou integrações, sem perceber o quanto a velocidade pode ser transformadora.

Velocidade muda comportamentos

Com o passar dos anos, tenho percebido em minha própria experiência como a velocidade dos aplicativos realmente altera meu comportamento e produtividade. Quando um software responde instantaneamente, meu fluxo de trabalho permanece ininterrupto, e meu foco se mantém no objetivo, não na ferramenta:

Na minha última configuração de trabalho eu tive que limpar o pequeno HD do meu MacMini que estava super sobrecarregado e depois do reboot eu percebi como os aplicativos estavam rápidos, terminal rápido, editor de texto rápido e até mesmo o navegador Safari que eu nunca mexi. Decidi optar por uma configuração super leve desta vez instalando apenas o “mínimo existencial” de um mac.

Catherine menciona algo que observei claramente: “desenvolvedores lançam atualizações com mais frequência quando o código é implementado em segundos (ou milissegundos) em vez de minutos.” Esta observação se estende a praticamente qualquer tarefa - quando as ferramentas são rápidas, usamos mais, experimentamos mais e, consequentemente, produzimos mais.

A magia da velocidade

“Rápido é mágico”, escreve Catherine, e não poderia concordar mais. Aplicativos que respondem instantaneamente eliminam o atrito cognitivo, parecendo extensões naturais da nossa mente. Tenho notado isso especialmente em ferramentas de produtividade que utilizo diariamente - aquelas que respondem instantaneamente acabam se tornando parte do meu fluxo de trabalho, enquanto as mais lentas são gradualmente abandonadas, como por exemplo um ChatGPT ou Mistral contra um DeepSeek.

Velocidade sinaliza simplicidade

Um dos insights mais valiosos é como “software rápido não tem onde se esconder.” A lentidão revela chamadas de rede e dependências através da latência, e essa honestidade brutal força disciplina. Tenho percebido isso em meus próprios projetos - quando algo está lento, geralmente é porque estou fazendo algo de forma complicada ou ineficiente.

E eu tenho falado sobre teorias de argumentação e essa pode ser uma delas: A lentidão e morosidade como uma forma de comunicação manipulativa.

Assim como Catherine observa, “para tornar as coisas rápidas, muitas vezes é preciso fazer coisas complexas nos bastidores.” Esta é uma lição que aprendi com o tempo: a simplicidade aparente frequentemente esconde uma engenharia sofisticada por trás. No entanto, esse esforço vale a pena quando resulta em uma experiência fluida para o usuário: é como conjurar uma magia moderna.

Velocidade é divertida

Como ela diz, há uma satisfação inerente em usar ferramentas rápidas e eficientes. A primeira coisa que faço em um novo computador é configurar meu shell para manter a mesma velocidade do meu setup anterior - eu gosto de estar sempre afiando o machado. Essa busca por eficiência não é apenas pragmática, mas também traz um elemento de prazer ao trabalho.

Velocidade diminuindo escolhas

Outro ponto que me traz muita velocidade é diminuir a quantidade de escolhas: apenas um terminal, apenas um navegador, apenas um editor de textos e assim sucessivamente. Ela fala do Raycast, mas eu não gostei muito, estou tentando construir algo com um fuzzy finder que seja super rápido.

Velocidade é relativa

Um ponto interessante que Catherine levanta é como nossa percepção de velocidade é contextual. Ela menciona que muitos fluxos de trabalho aumentados por LLMs (Modelos de Linguagem Grande) são infinitamente mais rápidos que suas contrapartes pré-LLM. “Pedir a um LLM para pesquisar por 6 minutos já é 10.000 vezes mais rápido do que solicitar um relatório que costumava levar dias.”

Com o tempo, tenho notado essa relatividade em minha própria experiência. O que considerava rápido há cinco anos parece lento hoje, e nossas expectativas continuam evoluindo. Aceitamos certa lentidão em novas tecnologias porque o benefício ainda supera as alternativas, mas essa tolerância diminui conforme a tecnologia amadurece.

O futuro pertence ao rápido

Assim como Catherine prevê, acredito que entraremos em uma fase onde a otimização se tornará prioridade. Empresas começarão a focar mais em baixa latência, design de interface, conectividade e confiabilidade. Isso, por sua vez, desbloqueará novos casos de uso que nem sequer imaginamos ainda.

Tenho aplicado essa filosofia em meus próprios projetos, buscando sempre a simplicidade que resulta em velocidade, e percebido como isso transforma fundamentalmente a experiência do usuário. Como Catherine conclui brilhantemente: “o melhor software muda a maneira como vivemos nossas vidas, e construímos nossas vidas em torno de software que parece superpoderes.”

A velocidade não é apenas um recurso técnico - é um diferencial que transforma ferramentas comuns em experiências mágicas. E como usuários e criadores, deveríamos exigi-la mais frequentemente.