Passamos de maio e da última rodada dos campeonatos europeus. O meu período preferido de apostas, aliás, o único período em que eu me permito apostar, como já falei aqui.

Esse ano foi diferente. Eu não me importei. Fiz algumas apostas, sem muita pretensão e foi isso… nada de mais, eu tava focado em coisas mais importantes. Talvez eu tenha me curado definitvamente deste vício.

E essa época do ano me traz a essa reflexão sobre esse mundo de apostas, tudo que eu passei e tudo que as pessoas tem passado com esse mundo de viciados e alucinados no jogo, o que veio mais a tona ainda com a recente CPI abacaxi das celebridades que promovem jogos de azar indiscriminadamente.

O grande fato é que as pessoas não possuem proteção suficiente para esse mercado, que trará um enorme prejuízo para os brasileiros, nem legislação, nem regulamento trarão paz ou conforto para as pessoas, que estão a mercê deste sistema sanguinário.

Ser vítima das apostas é triste e desesperador. Um desespero silencioso que que leva ao declínio financeiro, moral e psicológico, podendo levar a morte.

Vivemos num país ignorante e de pouca cultura, especialmente cultura financeira em que faz com que o brasileiro seja alvo fácil.

É triste assistir qualquer partida do Campeonato Brasileiro, que tem até mesmo o nome de uma casa de apostas, os times são patrocinados por apostas e quase só vemos marketing destas casas.

Parece que todo o campeonato gira em torno disso, uma marketing ostensivo e sem trégua e acessível instantaneamente de um pix com o seu celular.

Conforme esse texto, as apostas esportivas têm um impacto negativo muito grande na população, com consequências financeiras e sociais nefastas.

• O marketing dessas empresas é voltado para pessoas que possuem um comportamento que seja facilmente fisgável, uma pessoa compulsiva, que se vicia facilmente.

• O alto custo de aquisição e retenção dos clientes, além de cargas tributárias e regulações, cria um mercado ruim e com preços de apostas elevados — mas isso não justifica também liberar os operadores para terem maior liberdade.

• Pesquisas apontam 28% de aumento na falência das pessoas, ou seja, empobrecimento elevado, além de elevar o débito familiar, reduzir as economias, o que indica um hábito de consumo irracional.

• Violência Doméstica: Apostas esportivas aumentam em 9% a violência doméstica nos dias em que o time de casa sofre uma derrota;

• A implementação das estratégias é altamente predatória, com odds ruins e campanhas agressivas de marketing;

• A tentação constante de apostar pelo smartphone leva a um comportamento impulsivo e com esgotamento mental significativo; Para os viciados é como um alcoolista carregando uma garrafa constantemente;

• As apostas não devem ser vistas comoo um produto ou serviço tradicionais e tratadas com seriedade considerando esses compotamentos e os riscos que essas atividades podem trazer;

Além de tudo isso, as casas de apostas empregam várias estratégias para restringir jogadores habilidosos e focar em jogadores que podem ser mais propensos a desenvolver comportamentos viciantes. Aqui estão algumas das táticas comuns:

Limitação de Apostas: As casas de apostas podem limitar o valor que um jogador pode apostar. Jogadores habilidosos, que consistentemente ganham, podem ter seus limites de aposta reduzidos, tornando mais difícil para eles obterem lucros significativos.

Fechamento de Contas: Em casos extremos, as plataformas podem simplesmente fechar as contas de jogadores que são considerados muito habilidosos ou que ganham com muita frequência.

Ofertas e Bônus Seletivos: As casas de apostas frequentemente oferecem bônus e promoções para atrair novos jogadores ou reter os existentes. Esses bônus podem ser direcionados a jogadores que são menos propensos a ganhar consistentemente, enquanto jogadores habilidosos podem receber menos ofertas atraentes, além de criar um intrincado conjunto de regra para esses bônus, que na pratica, acabam voltando para a casa de apostas.

Monitoramento de Comportamento: As plataformas monitoram o comportamento dos jogadores. Jogadores que demonstram padrões de aposta disciplinados e estratégicos podem ser identificados e restringidos. Por outro lado, jogadores que demonstram comportamentos impulsivos ou de risco podem ser incentivados com mais promoções.

Apostadores profissionais não conseguem desenvolver tirar vantagem das empresas e precisam se disfarçar de viciados para não serem detectados pelas casas de apostas;

Restrições Geográficas e de Mercado: Algumas plataformas podem restringir o acesso a certos mercados ou tipos de apostas para jogadores habilidosos, limitando suas opções e tornando mais difícil para eles encontrarem oportunidades lucrativas.

Atraso nas Retiradas: Algumas plataformas podem atrasar o processamento de saques para jogadores que ganham frequentemente, na esperança de que eles continuem apostando e eventualmente percam parte de seus ganhos.

Essas estratégias permitem que as casas de apostas maximizem seus lucros, focando em jogadores que são mais propensos a perder dinheiro a longo prazo, enquanto minimizam as perdas para jogadores habilidosos. Na prática o pato é você, que mesmo sendo um bom jogador não conseguirá vencer as casas.